Foi divulgado o resultado de uma nova investigação, realizada por investigadores da Universidade de York, a qual concluiu que ter em casa um Patudo, ajudou a manter uma melhor saúde mental durante o confinamento devido ao COVID-19. A pesquisa também revelou que existe uma relação direta entre o facto de se ter um Patudo e a existência de um menor sentimento de solidão. Ambas as conclusões positivas estão associadas a qualquer espécie de Patudo que os participantes tenham em casa (cão, gato, coelho, etc.).
A pesquisa analisou cerca de 6,000 participantes no Reino Unido, 90 por cento dos quais revelou ter, pelo menos, um Patudo. Os tutores de Patudos, demonstraram menores níveis de solidão e uma melhor saúde mental durante os confinamentos obrigatórios devido à pandemia, quando comparados com aqueles que não possuíam qualquer animal de companhia em casa.
“Com este estudo também descobrimos que a força dos laços emocionais com o Patudo, não diferem por de acordo com a espécie, o que significa que as pessoas que fizeram parte do estudo, se sentem, em média, ligados emocionalmente ao seu hamster da mesma forma que, por exemplo, ao seu cão,” refere a principal autora do estudo, Elena Ratschen.
Se bem que animais como cavalos, cães e gatos, tenham inicialmente obtido um score ligeiramente mais elevado na escala de Conforto dado por Animais de Companhia (CCA), estas diferenças desapareceram quando ajustadas em relação a outros fatores. Os investigadores pensam que esta descoberta é importante na medida em que dá maior peso a uma ideia chamada “social buffering hypothesis.”
Em relação à companhia dada por animais, esta hipótese sugere que a presença de um animal num grupo social é mais relevante do que a característica da espécie a que esse animal pertence. Portanto, no que se refere a resiliência de saúde mental, face a um confinamento devido a COVID-19, um réptil ou um hamster, são tão úteis como um cavalo ou um cão.
“É muitas vezes assumido que a relação Homem – cão ocupa um lugar especial no que se refere às relações entre o Homem e os outros animais,” escrevem os investigadores neste estudo. “No entanto, uma perspetiva recente mais crítica, sugere que pode ser a adaptabilidade do cão a trabalhar com o Homem e a sua sensibilidade às emoções humanas, que poderá estar na base do seu uso generalizado, nas intervenções realizadas com a assistência de cães, mais do que a capacidade intrínseca dos cães para esse efeito.”
À luz destas descobertas, Ratschen não sugere que as pessoas vão imediatamente a correr para a loja de animais mais próxima, com o objetivo de comprar um animal de companhia. Ela sugere que, se bem que os factos sejam estatisticamente significativos, eles podem não ser clinicamente relevantes.
“Se bem que o nosso estudo tenha demonstrado que ser tutor de um Patudo tem um efeito de mitigação nos efeitos negativos do confinamento devido à COVID-1, é importante compreender que esta descoberta possivelmente é destituída de relevância clínica e não permite qualquer conclusão ou sugestão de que as pessoas devam arranjar animais de companhia, com o objetivo de protegerem a respetiva saúde mental durante a pandemia,” acrescenta Ratschen.
O objetivo primário do estudo era investigar a relação entre animal e ser humano no âmbito das vulnerabilidades de saúde mental. Os sujeitos observados não sofriam de qualquer doença mental pré-existente pelo que novos estudos terão que perceber se a introdução de um animal numa junto de pacientes com doenças mentais conhecidas, poderá oferecer algum tipo de proteção aos efeitos psicológicos negativos de um confinamento devido a uma pandemia.
O estudo também revela que ser tutor de um patudo pode introduzir ansiedade extra em alguns casos. Aproximadamente 70 por cento de todos os Tutores de animais observados revelam um aumento do nível de preocupação pelo bem-estar do seu Patudo durante o confinamento. A restrição de acesso a cuidados veterinários durante o confinamento foi um fator que gerou um aumento da preocupação entre os Tutores, quando pensavam em matérias relacionadas com a saúde dos seus Patudos.
“Este trabalho é particularmente importante neste momento na medida em que evidencia que ter um animal de companhia em casa, pode servir de tampão contra o stress psicológico causado pelo confinamento,” comenta o Daniel Mills, co-autor do estudo, da Universidade de Lincoln. “No entanto, é importante que cada um de nós compreenda também as necessidades do seu Patudo, uma vez que o estudo também demonstrou que uma falha nessa área tem um efeito negativo, tanto nos Tutores como nos seus Patudos.”
Este estudo encontra-se publicado no jornal académico PLOS ONE.
Fonte: Universitdade de York